Fronteira Br-Co-Pe

Fronteira Brasil-Colômbia-Peru

A região pesqueira da Fronteira Brasil-Peru-Colômbia concentra-se no alto Solimões, se estendendo do rio Japurá, no Brasil, até um pouco a leste de Letícia, na Colômbia, incluindo o baixo rio Putumayo-Içá. Existem quatro portos pesqueiros importantes nesta região: Letícia, a capital do Estado do Amazonas da Colômbia, e Tabatinga, Benjamin Constant e Fonte Boa, no Estado do Amazonas do Brasil. Letícia e Tabatinga têm aproximadamente 40.000 habitantes cada, ao passo que a população das outras cidades não chega a 30.000 habitantes.

A pesca nesta região é caracterizada pela interação comercial entre os três países envolvidos, sendo Letícia o principal porto pesqueiro. O pescado desembarcado em Letícia é exportado por avião para Bogotá desde a década de 1950. Existe um comércio considerável entre Letícia e Tabatinga e o peixe é transportado de Tabatinga para Letícia por meios legais ou ilegais. O potencial de produção da região foi estimado em 12.000 tons, sendo que 98% deste total foi desembarcado em Letícia.

A pesca comercial ao longo dos 116 km do rio Amazonas compartilhados por Peru e Colômbia é coordenada por um acordo entre os dois países, no qual os pescadores explotam o mesmo local, mas em tempos diferentes, evitando com isto conflitos internacionais. Pescadores peruanos de localidades bem a oeste, como Pebas, também trazem peixes para vender em Letícia. O alto Solimões, bem como os rios Japurá e Içá, são explotados por pescadores brasileiros. O rio Caquetá é explotado apenas por pescadores colombianos e o rio Putumayo por pescadores colombianos e peruanos. O principal porto do rio Caquetá é La Pedrera e no rio Putumayo é Puerto Leguizamo, ambos situados na Colômbia. A maior parte dos peixes é capturada com redes de emalhar à deriva, nos canais dos rios, ou com espinhéis e linhas de mão. Os grandes bagres são as espécies mais importantes. Arpões também são usados nas corredeiras do rio Caquetá. Os peixes são transportados para Letícia em pequenas caixas com gelo. A captura anual dos rios Caquetá e Putumayo-Içá na região de pesca da fronteira Brasil-Colômbia-Peru é de cerca de 200 tons.

A pesca comercial no lado brasileiro ocorre principalmente no rio Solimões e um pouco menos nos rios Japurá e Içá. Pescadores brasileiros vendem as suas capturas para pequenos frigoríficos ao longo do rio Solimões ou para grandes barcos brasileiros equipados com urnas de gelo e refrigeração, que levam o pescado para Letícia. Apesar do comércio de pescados entre pescadores e frigoríficos dos três países, nenhum destes reconhece essa atividade como comércio internacional. O Brasil é responsável por aproximadamente 82% do peixe vendido em Letícia, o Peru por 11% e a Colômbia por 7%.

Onze espécies representam cerca de 90% da produção total comercializada em Letícia. Os grandes bagres (piraíba, dourada e surubim) são, sem dúvida, as espécies mais importantes, representando 3/4 da produção total. A produção anual de piraíba em Letícia variou de quase 4.000 tons, em 1983, para praticamente nada em 2000, sugerindo que essa espécie foi sobre-pescada. A produção máxima de piraíba provavelmente ocorreu antes da implantação do sistema confiável de coleta e registro de dados e pode ter sido maior do que as estimativas disponíveis. Por volta de 1991, a captura de dourada na região da fronteira alcançou o seu máximo e ultrapassou a de piraíba. Após esse período, a captura de dourada diminuiu e a do surubim aumentou. Este último parece não ter atingido ainda a sua produção máxima nesta região.

 

 


 

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