Áreas Protegidas do rio Amazonas
Considerando a enorme área ocupada, as paisagens aquáticas do rio Amazonas ainda são pouco protegidas. As planícies alagáveis da região da foz e do oeste da Amazônia são, em geral, menos desmatadas do que as várzeas do baixo Solimões, ao redor de 200 km de Manaus, e as do leste do rio Amazonas, abaixo da foz do rio Negro. Praticamente não existe nenhuma área protegida funcional ao longo de 2000 km do rio Amazonas. De modo semelhante, nem o Peru e a Colômbia possuem qualquer área protegida ao longo do Amazonas. Indios Tikuna do Brasil, que vivem próximos à fronteira do Brasil-Peru-Colômbia, são os únicos povos indígenas que tem feito uma reivindicação significativa para uma proteção mais efetiva das planícies de alagamento.
Localizado na confluência entre o rio Solimões e os rios Caquetá-Japurá, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Mamirauá é a única unidade de conservação funcional do rio Amazonas. O governo federal brasileiro estabeleceu a Reserva Mamirauá em 1992 com o controle e o domínio da reserva cedidos para o governo do Estado do Amazonas. A reserva possui mais de 11.000 km2, uma área quase toda ocupada por ambientes alagáveis, e mais de 10.000 pessoas vivendo no interior ou nas vizinhanças desta unidade de conservação. A utilização dos recursos da Reserva de Mamirauá tem sido planejada para múltiplos fins e cerca de um terço da sua área foi designada para a proteção integral da biodiversidade regional. O pescado e a extração de madeira são os dois recursos naturais mais importantes extraídos da reserva. A extração não controlada de madeira é ilegal, mas muito difícil de prevenir. A Reserva de Mamirauá representa um experimento de larga escala no manejo comunitário de áreas protegidas. De fato, este experimento deve ser visto como uma combinação de esforços acadêmicos e comunitários, uma vez que pesquisadores estão envolvidos tanto quanto os comunitários no estabelecimento de regras para a utilização dos recursos da unidade. Considerando o destino geral das planícies de alagamento do rio Amazonas, a Reserva de Mamirauá providencia uma esperança para a conservação na região.