Alvos de conservação

CONSERVANDO OS ECOSISTEMAS
AQUÁTICOS NA AMAZÔNIA

A vida humana, a cultura e os meios de subsistência na Amazônia estão intimamente ligados aos ecossistemas aquáticos que existem na bacia. Os rios fornecem serviços ecossistêmicos indispensáveis para os habitantes das áreas urbanas e rurais. São vias de comunicação e as inundações produzidas por suas águas em certas épocas do ano enriquecem suas áreas agrícolas. Os riachos e lagos em suas bacias são o lar de peixes que fornecem parte da proteína e da renda que os povos amazônicos precisam para subsistir.

 

25 especialistas em temas amazônicos identificaram as seguintes metas de conservação em larga escala para os ecosistemas aquáticos da Bacia Amazônica:

1. Conservar as paisagens fluviais conectadas da Amazônia Ocidental para manter a influência andina e proteger a diversidade biocultural

2. Preservar as planícies de inundação biodiversas e funcionais para que proporcionem serviços ecossistêmicos indispensáveis.

3. Manter a atividade pesqueira comercial para conservar a biodiversidade e o bem-estar humano.

Através deles protegemos

  • Os rios originários dos Andes e suas contribuições de nutrientes, sedimentos e matéria orgânica para as terras baixas da Amazônia.
  • As várzeas da Amazônia, um dos ecossistemas mais biodiversos e produtivos da Terra.
  • As espécies de peixes migratórios da Amazônia e a conectividade de suas viagens locais ou continentais.
  • Pesca comercial dependente das migrações de peixes.
  • A subsistência e o sustento dos habitantes da Amazônia.
  • E mais!

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Conservando os ecossistemas

aquáticos na Amazônia

Além disso, a partir desta biblioteca Zotero você pode rever a lista de referências bibliográficas que foi utilizada para a pesquisa dos Objetos de Conservação da Água Doce na Bacia Amazônica.

Há mais de 300 referências para consulta. Clique abaixo para acessar:

metas de conservação em larga escala para os ecossistemas aquáticos da Bacia Amazônica

Conservar as paisagens fluviais conectadas da Amazônia Ocidental para manter suas influências andinas e proteger a diversidade biocultural.

A Amazônia Ocidental é a região onde nascem todos os rios de origem andina que desaguam no canal principal da Amazônia. As bacias hidrográficas destes rios caracterizam-se por fortes mudanças climáticas e de declive, bem como gradientes pronunciados. A Amazônia Ocidental, especificamente as encostas dos Andes, é o lar de uma diversidade biológica sem igual em qualquer lugar da Terra.

Este objetivo reconhece a importância de conservação dos rios da Amazônia Ocidental devido à sua influência sobre os ecossistemas da Bacia Amazônica como um todo.

A área das bacias hidrográficas de origem andina representa 13% da Bacia Amazônica; no entanto, seus aportes de sedimentos e nutrientes são superlativas em relação ao seu tamanho. A região é reconhecida como um centro mundial de biodiversidade, com o maior número de espécies endêmicas de plantas, aves, mamíferos, anfíbios e peixes. Os ecossistemas aquáticos são fundamentais para a manutenção desta grande biodiversidade.

Os rios do oeste da Amazônia oferecem importantes corredores migratórios para espécies de peixes que se deslocam dos piemontes andinos para as planícies e vice-versa.

Os rios da Amazônia Ocidental também desempenham um papel importante na cultura e subsistência das pessoas que vivem na região. Os rios e a biota de água doce ocupam um lugar de importância nas cosmologias de vários grupos indígenas, e a vida cotidiana das comunidades ribeirinhas está intimamente adaptada à natureza rítmica dos fluxos dos rios.

Fatores que fragmentam os rios e diminuem a conectividade longitudinal podem perturbar estes múltiplos processos sociais e ecológicos. Portanto,
o monitoramento da construção de barragens e estradas e de seu impacto sobre a biodiversidade na região é fundamental para alcançar este objetivo de conservação.

Manter a biodiversidade e a funcionalidade das planícies de inundação e os serviços ecossistêmicos que elas fornecem.

As várzeas na Amazônia estão entre os ecossistemas mais diversos e produtivos do mundo e fornecem uma ampla gama de serviços ecossistêmicos. Entretanto, fatores antropogênicos estão afetando as planícies de inundação e esta pressão pode levar a um estado alternativo. A mudança para um estado alternativo ocorre quando um ecossistema atinge um ponto de inflexão crítico e irreversível.

A medida que os ecossistemas se aproximam de limiares críticos, são observadas características que servem como sinais de alerta precoce. A detecção destes sinais pode ajudar a prever futuras mudanças dramáticas.

O grupo de trabalho considerou que a mudança climática, o desmatamento e a construção de barragens e reservatórios de usinas hidrelétricas são fatores capazes de alterar o regime hidrológico e causar uma interrupção no pulso de inundação e na conexão lateral dos rios com a planícies de inundação.

Atingir este objetivo depende da manutenção de três atributos do regime de inundações —tempo, duração e magnitude— juntamente com a garantia da persistência das florestas de planície de inundação, que suportam plantas e animais aquáticos e terrestres, bem como numerosos serviços ecossistêmicos.

As florestas de várzea são um ecossistema aquático chave e podem servir como sentinelas para entender as respostas às mudanças ambientais na Amazônia.

Sustentar a atividade de pesca comercial a fim de conservar a biodiversidade e o bem-estar humano.

As espécies migratórias são os peixes mais importantes para a pesca comercial na Amazônia. Entretanto, há sinais ameaçadores do colapso de várias destas espécies importantes, especialmente os icônicos migrantes de longa distância.

Se a pesca excessiva dessas espécies migratórias de longa distância não for controlada, haverá pouco incentivo para proteger outras espécies migratórias e seus habitats nas zonas úmidas e, portanto, a pesca em
geral. A eliminação destas espécies representaria um ponto de inflexão não só para a pesca amazônica, mas também para sua biodiversidade aquática.

A gestão de espécies de peixes migratórios de longa distância só pode ser tratada de forma eficaz e realista na escala regional, através de ações governamentais integradas e centralizadas que monitorem e avaliem estoques pesqueiros, implementem regulamentos de pesca, mitiguem os impactos de infraestrutura que afetam a pesca e preservem as áreas úmidas onde o peixe é encontrado.

Para este componente, o objetivo geral de conservação é tornar a pesca comercial de água doce sustentável, a fim de manter a biodiversidade e o bem-estar dos habitantes humanos.

Para o cumprimento desta meta de conservação, é recomendável:

  • Unificar a gestão da pesca urbana e rural;
  • Restabelecer a responsabilidade governamental pela coleta de dados de desembarque pesqueiro urbano;
  • Reduzir o esforço de pesca por meio de regulamentação aplicada ao mercado;
  • Eliminar os subsídios à pesca;
  • Incentivar acordos interestaduais e internacionais;
  • Mitigar as barragens no rio Madeira;
  • Monitorar o desmatamento da planície de inundação; e
  • Evitar a pesca excessiva e os impactos em nível de ecossistema.

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Conservando os ecosistemas aquáticos na Amazônia

Este esforço foi possível graças ao apoio da Gordon and Betty Moore Foundation (GBMF) e da Wildlife Conservation Society.

Conservando la Cuenca Amazónica Aguas Amazonicas