Rios da Bacia Amazônica
As cabeceiras mais distantes dos grandes rios amazônicos se estendem por 2.500 a 6.000 quilômetros da foz do rio Amazonas. A maior parte do debate se concentra em saber qual o rio ou afluente está mais distante da foz do rio Amazonas e sua exata localização.

As cabeceiras mais distantes do rio Amazonas estão a quase 6.100 quilômetros do Atlântico, levando em conta as distâncias que seguem o curso sinuoso dos grandes canais e afluentes. Mapa: Wildlife Conservation Society 2024.
Nos últimos anos, várias expedições vêm tentando localizar exatamente as cabeceiras do Amazonas com o objetivo de determinar o local exato de origem, e definir se o rio Amazonas é mais extenso do que o rio Nilo. Usando modernos Sistemas de Posicionamento Global (GPS), e com uma precisão de algumas dezenas de metros, foi possível localizá-los no Departamento de Arequipa, ao sul do Departamento de Cuzco, na bacia do Ucayali.
O problema, entretanto, é que os membros dessas expedições não fizeram novas medidas de distância a jusante das cabeceiras até o Oceano Atlântico.
Ao invés disto, eles simplesmente anexam as novas medidas àquelas publicadas anteriormente, mas que não foram necessariamente verificadas de modo independente. Por isto existem inúmeras estimativas do comprimento real do rio Amazonas que variam de 6.000 até 7.800 km de extensão. Se as estimativas máximas são aceitas se conclui que o Amazonas é, de fato, mais comprido do que o Nilo.

Encontro do rio Amazonas de águas brancas (Solimões) com as águas negras do rio Negro, próximo a Manaus. Esta vista está voltada para o lado leste e rio abaixo. Fotógrafo: Luiz Claudio Marigo
A melhor estimativa disponível é que o rio Amazonas tem aproximadamente de 6.500 a 6.800 km de extensão, se a foz for considerada próxima a Bailique a leste dos 50° de longitude oeste. O comprimento do Nilo foi estimado em 6.650 quilômetros. É desnecessário dizer que o debate do “rio mais extenso” irá continuar até que ambos os rios sejam medidos exatamente da mesma maneira, ao mesmo tempo e, preferencialmente, pelo mesmo grupo de investigadores.
Tributários do rio Amazonas
Os Sul-americanos dividem o rio Amazonas em quatro trechos principais, com dois deles recebendo o nome de “Amazonas”. Nos Andes do Peru, o Amazonas é conhecido como Ucayali. Ao descer seu curso, tanto no Peru quanto na Colômbia, é conhecido como Amazonas.
Mais abaixo, depois de entrar em território brasileiro, passa a ser chamado de rio Solimões até sua confluência com o rio Negro, onde então passa a se chamar novamente de Amazonas. Em ordem decrescente de elevação, as cabeceiras mais importantes da bacia do alto Amazonas, na sub-bacia do Ucayali, rio abaixo, os rios Apurimac, Ene e Tambo.
A Bacia Amazônica é a única do mundo que tem três tributários (Purus, Juruá e Madeira) maiores que 3.000 km de extensão. O Madeira é o mais longo destes tributários com 3.352 km, mas ainda está em segundo lugar atrás do rio Missouri, que com seus 3.726 km é o mais extenso tributário do mundo. Por sua vez, o Purús e o Juruá, juntamente com o Ucayali, são os rios mais extensos e meândricos da Amazônia, todos eles tributários da margem sul da Bacia.
Este trio serpenteante é encontrado em um enorme planície de inundação/alagável cuja planície e seus sedimentos macios causam pouca resistência às correntes, e permitem a estes tributários modificar seus cursos em meandros através das planícies alagáveis. A extensão do rio Purus, por exemplo, é mais do que o dobro da distância em linha reta calculada de sua foz até as cabeceiras.