A Baía de Marajó

Cobrindo cerca de 4.500 km2, a Baía de Marajó está integrada, ecologicamente, à bacia amazônica, uma vez que parte da descarga do rio Amazonas alcança esta baía. A Baía de Marajó é limitada a oeste pela Ilha de Marajó e a leste pelo continente. Numerosas penínsulas e ilhas caracterizam a costa leste próxima da foz da baía. Mangues dominam a vegetação da costa e a fauna aquática é principalmente estuarina. A água doce, no entanto, invade a baía durante o período de maior vazão do rio Tocantins (fevereiro-abril). Pequenos rios costeiros também contribuem com água doce nestes locais.

Conservando la Cuenca Amazónica Aguas Amazonicas

Seu limite sul se encontra nas proximidades de Belém onde o rio Guamá se encontra com o rio Pará. Além do valor comercial como rota de comércio marítimo e logística portuária, a Baía de Marajó possui grande relevância para a atividade pesqueira. Perfurações experimentais para localizar petróleo na Baía de Marajó não revelaram depósitos relevantes de combustíveis fósseis.

Comparada com o rio Amazonas, a Baía de Marajó descarrega relativamente pouca água e sedimentos. No entanto, as águas da Baía de Marajó quase sempre são turvas devido à grande quantidade de sedimentos que recebe do rio Amazonas através do Canal de Breves e do rio Pará. Somente uma pequena porcentagem das águas do rio Amazonas flui através do Canal de Breves, mas esta quantidade é suficiente para Baia de Marajó se tornam barrenta ao longo do ano. O alto nível de desmatamento no Estado do Pará tem contribuído para o aumento da erosão da bacia do rio Guamá, que por sua vez tem aumentado a quantidade de sedimento carreado para a Baia do Marajó.

A parte mais profunda da Baía de Marajó tem menos de 30 metros. A descarga de água dos rios através da Baía de Marajó garante a manutenção de um extenso e complexo ambiente de água doce. Durante o período de águas baixas do rio Amazonas, no entanto, a água se torna salobra por aproximadamente 80 km rio adentro a partir do Oceano Atlântico. A concentração de sal nas águas próximas a Belém é de menos de 1 ppt, enquanto na água do oceano esta concentração é em média de 35 ppt. A água salobra faz com que os sedimentos floculem, isto é, se unam entre si se tornando mais pesados e depositando-se no leito dos rios. A água se torna então mais transparente e a produção de fitoplâncton aumenta. Espécies de peixes e camarões de água doce e marinhos se utilizam das águas ricas em fitoplâncton da Baia de Marajó para se alimentar e crescer.

A vegetação continental na costa da Baía de Marajó está sujeita a flutuações das marés que afetam os sistemas de mangues próximos ao Atlântico e as florestas ao redor dos rios no interior do continente. Ocasionalmente, espécies de árvore de mangue podem ser encontradas nas proximidades de Belém, mas não são dominantes na paisagem. Espécies de mangue que se dispersam para longe da costa usualmente aparecem em bancos de areia ou de lama que são colonizados por espécies de árvores ou arbustos associados a água doce.

As florestas afetadas pelas marés ao sul de Belém são um excelente exemplo da riqueza de palmeiras do leste da Amazônia. O buriti e o açaí são as espécies dominantes nestas paisagens. A palmeira açaí é utilizada para a extração de palmitos e frutos para a obtenção de sucos e preparação de sorvetes. As comunidades locais têm manejado estas florestas dominadas por palmeiras de modo adequado já que eles deixam a floresta nativa intacta plantando o açaí para a colheita. Poucas comunidades que vivem nas planícies alagáveis da Amazônia têm manejado as florestas alagáveis tão bem quanto as pessoas que vivem na região estuarina.

Apesar da região continental da Baía de Marajó, incluindo Belém ao centro, ser bastante populosa, a zona natural de marés é ainda relativamente intacta. Algumas áreas de manguezais acabaram desaparecendo com a construção de estradas. No entanto, estas florestas de marés não têm sido extensivamente desmatadas para atividades agrícolas ou de produção de camarões. Existem algumas fazendas experimentais de arroz e pastagens em solos mais produtivos de algumas áreas de marés. Atividade agropecuária pode, entretanto, ameaçar futuramente estes hábitats. Os benefícios de qualquer projeto agropecuário de grande escala em florestas de marés devem ser bem avaliados em função de seus impactos na atividade pesqueira.

A Baía de Marajó é poluída em alguma extensão por efluentes urbanos e industriais de Belém e de pequenas cidades costeiras. A instalação industrial mais significativa localizada na Baía de Marajó é uma fábrica de processamento de alumínio localizada na Ilha de Barcarena ao sul de Belém. No entanto, se trata de uma fábrica moderna onde as impurezas do processamento do alumínio são tratadas em lagoas especiais para tratamento da água.

 

 


 

O ESTUÁRIO E A REGIÃO COSTEIRA

A Baía de Marajó
A Costa do Amapá
Do Estuario
Ilha de Marajó