Eixo Principal do rio Amazonas
O rio Amazonas atravessa três países, mas não mantêm um nome único para sua trajetória das nascentes até a foz. Na maioria dos mapas é definido, a partir de suas nascentes, como Amazonas (Peru), Solimões (Brasil) e Amazonas novamente (Brasil). Geógrafos algumas vezes consideram o rio Ucayali no Peru como parte do rio Amazonas já que as cabeceiras mais distantes do Amazonas são encontradas naquele rio. Sul-americanos freqüentemente usam os termos “Rio Amazonas” para referir-se ao Amazonas-Solimões-Amazonas. Desde suas cabeceiras, o Amazonas tem uma orientação oeste-leste-nordeste e seu curso flui por cinco graus de latitude antes de se alcançar o Atlântico ao norte da linha equatorial.
O rio Amazonas – da confluência entre os rios Ucayali e Marañon no Peru até o Atlântico – tem aproximadamente 3.750 km de extensão. Seu canal e as planícies de alagamento ocupam mais de 100.000 km2. Mais de 80% do rio está no Brasil, 18% é exclusivo do Peru e cerca de 2% é compartilhado entre o Peru e Colômbia. Populações humanas têm utilizado as planícies de alagamento do rio Amazonas por ao menos 11.730 anos, que é a idade dos sítios arqueológicos mais antigos associados ao rio principal. Alguns arqueólogos e geógrafos têm argumentado que uma população humana relativamente densa viveu ao longo do rio Amazonas em períodos pré-colombianos. Tem sido até mesmo sugerido que neste período as populações indígenas seriam ainda maiores do que a população rural que atualmente ocupa as planícies alagáveis do Amazonas.
A ecologia do rio Amazonas está intimamente associada à de seus tributários. A enorme extensão do canal principal cruza a maior parte do setor norte-central da América do Sul. Sua posição geográfica central e o tamanho sem precedentes de suas planícies de alagamento contribuem para a complexidade ecológica da bacia amazônica uma vez que o rio Amazonas é a principal artéria para a urbanização, comércio, transporte, pesca e a agricultura de várzea. Suas planícies de alagamento vem sendo modificadas de modo mais intenso do que a de seus grandes tributários, com possível exceção do rio Tocantins. A maioria dos projetos de agricultura de larga escala em planícies de alagamento é planejada para o rio Amazonas devido à sua extensão, fertilidade dos solos e proximidade com grandes centros urbanos. As planícies alagáveis do Amazonas são moldadas por ciclos anuais de erosão e deposição de sedimentos. Ainda que não sejam tão instáveis quando as planícies de alagamento peruanas, como as do rio Ucayali, a morfologia as planícies do Amazonas estão em constante modificação. Por exemplo, a erosão das margens reintroduz uma quantidade de sedimentos maior do que a quantidade de sedimentos que flui através do Estreito de Óbidos, localizado a cerca de 900 km rio acima do Atlântico. Algumas áreas de planícies alagáveis, no entanto, são muito amplas e freqüentemente maiores do que 20 km e podem sofrer somente pequenas modificações morfológicas mesmo depois de séculos. O desmatamento e a destruição da vegetação flutuante, no entanto, parecem estar gerando uma maior instabilidade nas planícies de alagamento ao longo do rio Amazonas.
Como proteger o Amazonas e seus ecossistemas aquáticos? Recomendamos a leitura de Um guia para salvar a Bacia Amazônica (em espanhol).