Plano de Ação para conservar os bagres amazônicos avança com a liderança do Brasil

Plano de Ação para conservar os bagres amazônicos avança com a liderança do Brasil
setembro 23, 2025 Gabriela Merizalderubio
23 de setembro de 2025

Brasilia, septiembre de 2025

Conservando la Cuenca Amazónica Aguas Amazonicas

Participantes da oficina de preparação do plano regional de bagres amazônicos Fotografia: © Arthur AN Menescal / Aguas Amazónicas

De 17 a 19 de setembro, foi realizado em Brasília um encontro regional liderado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pelo Ministério da Pesca do Brasil, em colaboração com a Secretaria Permanente da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (SPA/OTCA).  O evento contou com a participação de delegações da Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, além de representantes de comunidades pesqueiras, academia, sociedade civil, de pesquisa e cooperação internacional. O objetivo foi avançar na construção de um Plano de Ação Regional para conservar os grandes bagres migradores da Bacia Amazônica, espécies-chave para a conectividade dos rios e a segurança alimentar de milhões de pessoas.

O encontro foi realizado nas instalações da MMA e  SPA/OTCA, onde os participantes discutiram ações e resultados para atingir cinco objetivos principais: 1) conservar habitats críticos; 2) gerar e aplicar conhecimento científico; 3) fortalecer cadeias de valor sustentáveis; 4) promover políticas e normas regionais que apoiem a gestão dos bagres; e 5) garantir que os países amazônicos contem com marcos que promovam a conservação e a gestão sustentável dos bagres e de seus habitats.

Conservando la Cuenca Amazónica Aguas Amazonicas

Intervención de Rita Mesquita, viceministra de Biodiversidade do MMA durante a inauguração da oficina. Fotografía: © Arthur AN Menescal / Águas Amazônicas

A conservação dos bagres amazônicos exige um esforço coordenado e integrado entre os países da região. Essas espécies enfrentam múltiplas pressões, desde a sobrepesca até os impactos das mudanças climáticas, e sua proteção é essencial para alcançar objetivos de conservação, uso sustentável e benefícios para as comunidades ribeirinhas e pescadores tradicionais da Bacia Amazônica”, destacou Rita Mesquita, vice-ministra de Biodiversidade do MMA, durante a abertura do encontro.

Conservando la Cuenca Amazónica Aguas Amazonicas

Pescadora Josana Pinto da Costa da Direção Nacional do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil durante uma intervenção. Fotografía: © Arthur AN Menescal / Aguas Amazónicas

dourada (Brachyplatystoma rousseauxii) e a piramutaba (B. vaillantii) foram incluídos no Apêndice II da Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias (CMS) em 2023. Esse reconhecimento marcou um marco importante, e o encontro em Brasília representa o próximo passo: definir um plano de ação que coordene medidas de conservação, gestão da pesca e proteção dos habitats dessas espécies em todos os países amazônicos onde ocorrem.“Precisamos que todos os países trabalhem juntos para definir prioridades e ações concretas”, enfatizou Any Freitas, secretária-geral da CMS, durante o encontro.

Como resultado do encontro, conta-se com os principais diretrizes que compõem um Plano de Ação Regional consensuado, integrando as contribuições, visões e prioridades dos seis países participantes, o qual será submetido para aprovação na COP15 em Campo Grande, Brasil, em março de 2026.

Conservando la Cuenca Amazónica Aguas Amazonicas

Grupo do trabalho sobre políticas, regulamentações e conservação durante a oficina. Fotografia: © Arthur AN Menescal / Águas Amazônicas

“Este plano inclui as estratégias regionais de segurança alimentar e economias sustentáveis (bioeconomia), e reforça a gestão sustentável dos recursos pesqueiros na Bacia Amazônica”, comentou Mauro Ruffino, da SP/OTCA.

Mariana Varese, da Secretaria Técnica da Aliança Águas Amazônicas, ressaltou que o Plano de Ação deve refletir a importância ecológica, social e econômica dos bagres migratórios e fortalecer a colaboração entre países, comunidades locais e sociedade civil, reafirmando o compromisso da Aliança de apoiar este esforço para construir um futuro amazônico mais justo, resiliente e sustentável.

O encontro contou com o apoio da Fundação Moore, Wildlife Conservation Society, The Nature Conservancy, ASL Brasil e Conservação Internacional – Brasil.

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