Ictio: a base de dados à escala amazônica

Ictio: a base de dados à escala amazônica
setembro 15, 2025 Gabriela Merizalderubio
15 de setembro de 2025

Conservando la Cuenca Amazónica Aguas Amazonicas

Ictio registra 128.887 observações válidas, de 121 espécies/grupos de peixes, em um total de 81.476 eventos de pesca válidos (Figura 1).

Conservando la Cuenca Amazónica Aguas Amazonicas

Figura 1 – Até 30 de junho de 2025, Ictio reúne um total de 128.887 observações de peixes em 81.476 listas (eventos de pesca). Estas informações foram registradas em 152 (77%) das 198 sub-bacias nível 4 da Amazônia.

São 732 cientistas cidadãos e organizações registrados que já compartilharam informações em 152 sub-bacias nível 4 (BL4) da Amazônia (ou seja, 77%) (saiba mais sobre a classificação de bacias utilizada por Ictio em Venticinque et al., 2016 – ‘Novo Sistema de Informações Geográficas (SIG) sobre rios e bacias para a conservação de ecossistemas aquáticos na Amazônia’). A sub-bacia ‘Madeira – acima Jamari’ permanece liderando o número de registros com 21.797 observações, seguida da sub-bacia ‘São Manoel – acima Peixoto de Azevedo’ (15.676 observações), na bacia do rio tapajós e da sub-bacia ‘Amazonas/Solimões – entre Juruá e Negro’ (14.739 observações) (Figura 2).

Conservando la Cuenca Amazónica Aguas Amazonicas

Figura 2 – Sub-bacias BL4 com mais registros em Ictio até 30 de junho de 2025.

Espécies registradas

Das 121 espécies/grupos de espécies registradas em Ictio, o jaraqui-escama-grossa (Semaprochilodus insignis) é a espécie mais registrada (8.578 observações), seguida por ‘Outros peixes’ (Fish sp.) com 8468 observações e pela curimatã (Prochilodus nigricans) com 7.581 observações (Figura 3).

Conservando la Cuenca Amazónica Aguas Amazonicas

Figura 3 – Espécies/grupos de espécies com mais registros em Ictio até 30 de junho de 2025.

A dourada como sentinela da conectividade da Bacia Amazônica

A dourada (Brachyplatystoma rousseauxii) realiza a maior migração registrada entre os peixes amazônicos, percorrendo cerca de 11 mil quilômetros ida e volta entre suas áreas de desova, no sopé dos Andes, e sua área de crescimento, no estuário amazônico já no Oceano Atlântico. Por esse motivo, a dourada é um ícone amazônico e sentinela da conectividade ao longo de todo o rio Amazonas e seus afluentes mais importantes.

Por essa importância, a conservação da dourada, juntamente com a piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii), outro bagre amazônico que migra longas distâncias, é essencial para a Aliança Águas Amazônicas. Nesse sentido, estamos apoiando a construção de um Plano Regional para a Conservação dos Bagres Amazônicos, a ser submetido na 15a  Conferência das Partes  da Convenção das Espécies Migradoras (COP15 CMS), que será realizada no Brasil, em março de 2026. Esse Plano está sendo desenhado junto à cientistas e autoridades dos países de distribuição dessas espécies, que se reunirão em meados de setembro para construir juntos esse documento.

Em Ictio, registramos 4651 observações da dourada (figura 4) e 622 observações da piramutaba.

Conservando la Cuenca Amazónica Aguas Amazonicas

Figura 4 –Mapa de ocorrência da dourada (Brachyplatystoma rousseauxii) de acordo com os registros em Ictio.

GLOSSÁRIO

Listas: Listas de peixes capturados em um evento de pesca.

Bacias BL4: O nível de bacia 4 é a escala que delimita todas as sub-bacias tributárias entre 10.000 km² e 100.000 km².

Observações: Registros de espécies/grupos de espécies de peixes capturados na Bacia Amazônica.

Usuários: Usuários – cidadãos amazônicos que utilizam o aplicativo ou a plataforma ICTIO; é composto principalmente por povos locais e indígenas, pescadores, grupos de gestão, associações de pescadores e cientistas.

 

Conservando la Cuenca Amazónica Aguas Amazonicas

Esta nota foi possível graças ao apoio da Fundação Gordon e Betty Moore.  O conteúdo é de responsabilidade da Wildlife Conservation Society, não necessariamente reflete a visão da Fundação Moore.

Voltar