Ictio: Crescem os registros de Ciência Cidadã na Amazônia

Ictio registra 133.305 observações, de 121 espécies/grupos de peixes, em um total de 85.987 eventos de pesca (Figura 1).

Figura 1 – Até 30 de setembro de 2025, Ictio reúne 133.305 observações de peixes em 85.987 listas (eventos de pesca). Estas informações foram registradas em 152 (77%) das 198 sub-bacias nível 4 da Amazônia. 

Um total de 732 cientistas cidadãos e organizações compartilharam informações em 152 sub-bacias nível 4 (BL4)* da Amazônia (ou seja, 77%) 

Entre junho e setembro de 2025, as sub-bacias com maior incremento percentual em número de registros estão localizadas no Brasil: sub-bacia ‘Apiacás’, com incremento de 69%, seguida pelas sub-bacias ‘Madeira – acima Jamari’ (14% de incremento) e ‘Arinos’ (incremento de 11%) (Figura 2). 

Figura 2 – Incremento de registros em Ictio por sub-bacia nível BL4 entre junho e setembro de 2025.  

Espécies registradas

Após nova revisão e validação dos registros, ‘Outros peixes’, categoria que registra todas as espécies ainda não incluídas em Ictio, tem 8661 registros. Das 121 espécies/grupos de espécies registradas em Ictio, o jaraqui-escama-grossa (Semaprochilodus insignis) é a espécie mais registrada (8.584 observações), seguida pela curimatã (Prochilodus nigricans) com 7.694 observações e o tambaqui (Colossoma macropomum) com 7581 observações. 

A curimatã é um caracídeo migrador de médias distâncias com importância comercial de destaque em toda bacia, mas principalmente na região andina/Amazônia ocidental (Figura 3).

Figura 3 – Mapa de ocorrência da curimatã (Prochilodus nigricans) de acordo com os registros em Ictio até 30 de setembro de 2025. 

Ictio aporta dados a Integra Pesca 

Nesse trimestre, a plataforma Ictio compartilhou os dados de pesca brasileiros com o Projeto Integra Pesca, do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) do Brasil. O projeto tem o objetivo de consolidar informações sobre a pesca artesanal na Amazônia brasileira por meio da integração de séries de dados existentes sobre a produção pesqueira. Essa colaboração é resultado da contribuição entre sociedade civil, academia e poder público e reconhece a importância da participação ativa da cidadania através de monitoramento participativo para subsidiar políticas públicas para o manejo da pesca Amazônica.  

Os dados de Ictio compartilhados com o Projeto Integra Pesca incluem 84.206 registros, com destaque para as sub-bacias ‘Madeira – acima Jamari’, ‘São Manoel – acima Peixoto de Azevedo’ (bacia do Rio Tapajós) e ‘Amazonas/Solimões – entre Juruá e Negro’ (calha principal do Amazonas), fruto principalmente do trabalho de Ecoporé, Universidade Federal de Rondônia, Universidade Federal do Mato Grosso e Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá com os pescadores de Brasil. É importante reiterar que a informação compartilhada atende a política de acesso de dados de ictio.org e não incluem detalhes sensíveis como a identidade ou localização dos pescadores. 

Os dados revelam ainda que o  jaraqui (Semaprochilodus sp.) é a espécie com maior número de observações para a Amazônia brasileira, reforçando sua importância comercial, principalmente na Amazônia Central (Figura 4).  

Figura 4 – Jaraquis registrados por usuário Ictio no Rio Tapajós, Brasil. 

*(Saiba mais sobre a classificação de bacias utilizada por Ictio em Venticinque et al., 2016 – ‘Novo Sistema de Informações Geográficas (SIG) sobre rios e bacias para a conservação de ecossistemas aquáticos na Amazônia’). 

Esta nota foi possível graças ao apoio da Fundação Gordon e Betty Moore.  O conteúdo é de responsabilidade da Wildlife Conservation Society, não necessariamente reflete a visão da Fundação Moore.