Qual Ciência Cidadã queremos? A Aliança Águas Amazônicas participa do Primeiro Encontro Brasileiro

Qual Ciência Cidadã queremos? A Aliança Águas Amazônicas participa do Primeiro Encontro Brasileiro
setembro 24, 2024 Gabriela Merizalderubio

A Aliança Águas Amazônicas fez parte do I Encontro Brasileiro de Ciência Cidadã, realizado de 10 a 12 de setembro de 2024, em São Paulo, organizado pela Rede Brasileira de Ciência Cidadã (RBCC) e pela Universidade Federal do ABC, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).

 

Conservando la Cuenca Amazónica Aguas Amazonicas

Participantes do I Encontro Brasileiro da Ciência Cidadã. Foto: © Instituto Nacional de Ciência Cidadã

O evento contou com a participação de mais de 140 pessoas e foi um espaço para refletir sobre o tipo de ciência cidadã que se busca e contribuir para sua consolidação no Brasil. Por meio de um diálogo estratégico e democrático, foram propostos os próximos passos para fortalecer esse campo de pesquisa e prática no país.

Carolina Doria, professora da Universidade Federal de Rondônia, membro da Ecoporé e que lidera o programa de Ciência Cidadã da Aliança Águas Amazônicas, participou de dois painéis durante o evento. O primeiro foi intitulado “Qual ciência cidadã queremos?Perspectivas das redes latino-americanas”, no qual compartilhou sua experiência em monitoramento ambiental na Amazônia a partir de seu trabalho em rede com as organizações parceiras da Aliança. E o segundo: “Desafios Éticos da Ciência Cidadã”, no qual Carolina abordou as complexidades enfrentadas por esse campo, especialmente nas áreas culturalmente diversas da Bacia Amazônica.

A reunião também discutiu desafios como o acesso desigual à tecnologia, a falta de financiamento, a baixa alfabetização tecnológica das comunidades em algumas regiões e a baixa motivação para participar e manter a colaboração em projetos de ciência cidadã. Por outro lado, avanços significativos também foram destacados, como o uso crescente de tecnologias móveis e novas ferramentas para coleta de dados, parcerias entre ONGs, universidades e comunidades locais, maior conscientização ambiental, bem como a valorização do conhecimento tradicional e da sabedoria coletiva.

“Observamos que os avanços na ciência cidadã têm incentivado uma maior participação da comunidade em projetos de monitoramento e conservação ambiental. Isso, por sua vez, contribui para a conservação da biodiversidade e para a gestão sustentável dos recursos naturais”, disse Carolina durante o evento.

Como parte de sua missão, a Aliança Águas Amazônicas coordena ações com base na ciência para a incidência em políticas públicas e estratégias de responsabilidade socioambiental do setor privado. Seu objetivo é conectar organizações e gerar conhecimento e soluções inovadoras para conservar a conectividade dos ecossistemas aquáticos na Bacia Amazônica. Por meio da Ciência Cidadã, promove o manejo sustentável da pesca e a conservação de áreas úmidas, fomentando a ciência aberta e a colaboração equitativa.

Nesse contexto, a Aliança continuará sua colaboração com a RBCC por meio de sua participação nos grupos de trabalho da Rede. Esses grupos se concentram na discussão de diretrizes e ferramentas em áreas importantes, como envolvimento das partes interessadas, treinamento e produção de materiais educacionais, bem como pesquisa e monitoramento. Essa colaboração promete fortalecer os esforços da ciência cidadã e, assim, contribuir para a conservação da Bacia Amazônica.

 

Mais informações sobre o evento e fotos: https://incc.tcti.ibict.br/qual-ciencia-cidada-queremos/

 

© Fotos: Karen Sailer

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