Em 2017, o Projeto de Ciência Cidadã para a Amazônia foi estabelecido sob um quadro conceitual de Águas Amazônicas como um espaço regional focado em uma melhor compreensão e conservação da conectividade da Bacia Amazônica, com abordagens de participação cidadã e ciência aberta. O projeto foi consolidado em 2019 com a formalização da Rede Ciência Cidadã para a Amazônia, que reuniu 30 organizações e 10 pessoas físicas.
O principal doador da Rede foi a Fundação Gordon e Betty Moore (link) que financiou o Projeto Ciência Cidadã para a Amazônia (2016-2019) implementado pela WCS e que deu origem à Rede; este projeto terminou em junho de 2019.
Após um processo mais longo, a WCS garantiu fundos adicionais da Fundação Gordon e Betty Moore para apoiar o fortalecimento da Rede, no contexto do Projeto de Conservação de Água Doce da Amazônia. Este projeto tem como objetivo amplo gerar e compartilhar conhecimento e dados sobre ecossistemas aquáticos para tornar visível sua contribuição para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Este projeto tem 3 componentes / objetivos:
- A identificação de objetos de conservação para os ecossistemas aquáticos da Amazônia e de indicadores e protocolos de monitoramento dos mesmos; validado e amplamente divulgado.
- O fortalecimento da Rede Ciência Cidadã para a Amazônia, como espaço fundamental para a validação e divulgação.
- A geração de dados para contribuir onde for relevante, através da implementação de projetos de ciência cidadã em campo.
O COVID-19 impôs grandes desafios à Rede, impossibilitando em um futuro próximo a realização de encontros presenciais, viagens internacionais e nacionais e trabalhos de campo na Amazônia. Isso nos forçou a projetar criativamente uma assembleia virtual e uma série de reuniões virtuais e webinars ao longo de 2020.
Alguns resultados ilustrativos estão listados abaixo:
- A WCS garantiu apoio adicional para o desenvolvimento de tecnologias e a implementação no campo de projetos de ciência cidadã para peixes, água e meio ambiente, e ciência comunitária em escolas, com o objetivo de gerar dados sobre objetos de conservação dos ecossistemas aquáticos amazônicos, em escala (para ser implementado até outubro de 2021).
- A CLO apóia o desenvolvimento e implantação do Ictio.org com a infraestrutura do Laboratório Macaulay e eBird que também está a serviço do Ictio.
- ProNaturaleza, forneceu uma infraestrutura para a implementação de um “laboratório comunitário de ictiologia e biodiversidade aquática” (LACIBIO) e um barco para promover a ciência cidadã nas comunidades Machiguenga do rio Urubamba, região de Cusco.
- A UNIR apresentou uma proposta à USAID PEER em conjunto com vários parceiros da Rede para uniformizar o acompanhamento das pescas nos três países da Bacia do Madeira. Embora a proposta não tenha sido aceita, a iniciativa colaborativa permanece.
- A WCS Bolívia apresentou uma proposta ao IAI em conjunto com vários membros da Rede sobre a gestão resiliente da pesca na Bacia do Madeira. Embora a proposta não tenha sido aceita, a iniciativa colaborativa permanece.
- A FIU apoiou seus esforços e participação na Rede com fundos institucionais e também com fundos de convênios existentes com a Fundação Tinker e a Fundação MacArthur, que também apóia estudos sobre rios na região Andino-amazônica.
O COVID-19 impôs restrições e desafios importantes, especialmente para a implementação de atividades no campo durante 2020 (pelo menos). Nesse sentido, a Equipe Gestora da Rede, por sua vez, está concentrando seus esforços em atividades e produtos que podem ser gerados remotamente.
POR QUE NOS CONCENTRAMOS
NA BACIA DA AMAZÔNIA?
Porque é o maior e mais biodiverso sistema de água doce do mundo!
Um sistema que está totalmente interligado por rios e pelos peixes que os atravessam.
Porque ainda temos muito que entender sobre seu funcionamento, principalmente sobre as migrações de peixes que são uma das principais fontes de proteína e renda econômica para milhões de pessoas.
POR SEUS RIOS
Cruciais para a vida do povo amazônico. Rios conectam pessoas, comunidades e cidades. Eles fornecem comida e água para as pessoas e são a base das culturas e tradições amazônicas. Além disso, são os principais canais de escoamento de água, sedimentos e nutrientes, conectando habitats e formando a espinha dorsal do funcionamento dos ecossistemas aquáticos.
O rio Amazonas é o maior e mais caudaloso do mundo
POR SEUS PEIXES
Os peixes migratórios representam cerca de 80% da captura comercial. Daí sua importância para a segurança alimentar e a economia amazônica.
+2400 espécies descritas. O que representa 19% da diversidade de peixes de água doce conhecidos no mundo.
POR SUA GENTE
33 milhões de pessoas vivem na Bacia Amazônica. Lar de 384 povos indígenas e nacionalidades com conhecimentos tradicionais fundamentais sobre rios e peixes.
8 países a compõem