Texto: Vanessa Eyng
Julio Araujo, coordenador do Programa de Hidrobiologia do CINCIA, falou sobre a importância da coleta de dados pesqueiros, o potencial de uso da informação, bem como a importância do papel dos pescadores nesse processo. Os pescadores que participaram do evento pescam nos entornos de Puerto Maldonado, e indicaram que vários lagos de pesca que também sofrem impactos que os transforma devido às atividades de mineração aluvial.
O Ictio é um diário de pesca, onde é possível registrar localização, data, espécie, quantidade capturada, preço de venda e foto. Pescadores da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Peru já usam esta ferramenta e compartilham seus dados de pesca. Os usuários podem visualizar, compartilhar dados e acompanhar as espécies que capturam ao longo do tempo. Além do aplicativo para telefone, Ictio é um banco de dados de peixes migratórios da Amazônia, construído por meio da colaboração entre populações locais e indígenas, pescadores individuais, grupos de manejo, associações e cientistas. Organizações e indivíduos podem compartilhar e acessar informações sobre pesca em Ictio.org. Com a informação gerada em escala, buscamos aprofundar o entendimento dos padrões de migração de peixes prioritários na Bacia Amazônica.
O que comentam os participantes?
“A capacitação foi excelente porque nos mostraram o aplicativo para trabalhar com o grupo e poder enviar fotos de uma espécie nova ou já conhecida e capturada durante o nosso trabalho”, comentou Wilmer Maceda Tananta.
“O evento foi bom porque os pescadores se reuniram para conversar sobre o tema de mudanças climáticas e sobre os problemas dos pescadores, já que não há captura de peixes por causa das barragens no Brasil. Sobre Ictio, o projeto é bom e a informação sobre os peixes que damos são de diferentes pontos, o que nos permite ver a trajetória dos peixes, seus tamanhos, pesos e espécies”, contou Joselito Gonzales Tucha.