Ictio: O banco de dados cresce no segundo trimestre de 2022

Ictio: O banco de dados cresce no segundo trimestre de 2022
agosto 18, 2022 Yira Onzaga

Escrito por: Vanessa Correa

Ao unificar todos os registros do aplicativo Ictio e da plataforma web (Ictio.org) até 30 de junho de 2022, o Ictio reuniu 90.507 observações de peixes em 52.202 listas (eventos de pesca), resultado da colaboração de 574 pessoas e instituições que participam ativamente da Rede de Ciência Cidadã para a Amazônia compartilhando dados. Essas informações foram geradas em 152 bacias da Amazônia que constituem 76% do total das 199 bacias nível BL4 – o quarto dos sete níveis hierárquicos de detalhamento da bacia segundo Venticinque et al . 2016 e Um novo sistema de informação geográfica (GIS) sobre bacias hidrográficas e rios. Ressalta-se que a atualização da classificação foi lançada recentemente, desta vez com 12 níveis de detalhamento da bacia, que pode ser acessada neste link .

Os usuários carregaram seus dados através do aplicativo Ictio e da plataforma web (Ictio.org). Destacamos especialmente a contribuição de cientistas cidadãos em parceria com a Ação Ecológica Guaporé (Ecoporé) e  Universidade Federal de Rondônia (UNIR)e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), que fizeram importantes contribuições nas bacias BL4 do rio Madeira (acima de Jamari), canal principal do rio Amazonas/Solimões (entre Juruá e Negro), e o canal principal do rio Amazonas (acima de Jandiatuba), respectivamente.

As atividades realizadas pelas organizações parceiras permitiram aumentar o número de registros na base de dados do Ictio, uma vez que estão retornando gradativamente ao trabalho de campo, sempre cumprindo os protocolos de prevenção da COVID-19. O número de usuários que usam o Ictio pela primeira vez também está aumentando e os usuários antigos estão se reconectando e aproveitando a versão atualizada do aplicativo, Ictio 3.1 .[link para download versão 3.0].

Além disso, o número de fotos enviadas pelo app também aumentou e estão disponíveis na nova versão da página Ictio.org, onde o acesso às imagens é gratuito. Ao usar o aplicativo, os usuários podem autorizar que seus nomes sejam associados às fotos e, no caso de usuários que não queiram associar seus nomes aos dados e fotografias, eles aparecerão como anônimos. Os usuários podem alterar essa configuração no menu principal do aplicativo, acessar Configurações e entrar na opção Nome associado aos seus registros, onde podem escolher se desejam que o público veja seus nomes.

Essas 90.507 observações compartilhadas até o último trimestre de 2022 no aplicativo e plataforma Ictio (Ictio.org) equivalem a um aumento de 2,83% em relação ao trimestre anterior (janeiro – março de 2022: 88.018 observações ). As listas apresentaram um aumento de 3,65%, pois no último trimestre foram 52.202 listas de peixes e no penúltimo trimestre foram 50.365 listas.

O número de listas de peixes compartilhadas com o aplicativo e plataforma Ictio por sub-bacia BL4 é encontrado na Figura 1. Destaca-se a bacia do rio Madeira (acima de Jamari) com 16.076 observações de peixes, seguida pela bacia do rio Amazonas/Solimões (entre Juruá e Negro) com 14.785 observações de peixes.

Da mesma forma, com o aplicativo Ictio, foram registradas 17.559 observações de peixes, o que significa um aumento de 16% em relação ao trimestre anterior (15.097 observações de peixes). A Figura 2 mostra o número de listas compartilhadas exclusivamente com o aplicativo Ictio em cada bacia BL4, com destaque para a bacia BL4 do canal principal do rio Amazonas (acima de Jandiatuba).

A Figura 3 apresenta as porcentagens de observações de curimatã (Prochilodus nigricans), o peixe mais registrado pelo Ictio, carregadas com o aplicativo e a plataforma (Ictio.org). Sua presença em cabeceiras e grandes rios é amplamente conhecida na Bacia Amazônica, e os registros do aplicativo e da plataforma (Ictio.org) comprovam isso. É possível que outras espécies do gênero Prochilodus sejam registradas, sendo importante a análise da distribuição dos dados e fotografias enviadas pelo aplicativo.

Entre abril de 2018 e junho de 2022, a curimatã (veja mais nomes comuns abaixo) mais uma vez se destacou como a espécie mais observada, usando apenas o aplicativo Ictio. Em um ranking das 10 espécies com mais observações (Figura 4), a curimatã é seguida pela sardinha (Triportheus spp) e pelo pacu (Mylossoma spp). O número de observações de curimatã neste trimestre segue a tendência de observações nos dados acumulados para o app desde abril de 2018, permanecendo assim a espécie mais registrada desde o lançamento do app em 2018.

 

A bacia do nível BL4 com maior número de listas registradas com o aplicativo Ictio (10.633)foi o canal principal do rio Amazonas, acima de Jandiatuba (Figura 5), região entre Peru, Brasil e Colômbia; seguido pela área formada pelo canal principal do rio Amazonas, entre o rio Negro e o rio Xingu, no Brasil.

Entre abril de 2018 e junho de 2022, o maior número de cientistas cidadãos usando o aplicativo Ictio está na bacia BL4 Beni (acima de Madidi) onde a WCS Bolívia lidera a implementação do Ictio, seguida por cientistas da bacia BL4 Amazonas (acima de Jandiatuba), onde os parceiros do IBC estão articulando atividades coletivas com as comunidades pesqueiras por meio do monitoramento da pesca. O usuário mais ativo registrou 387 listas no BL4 Amazonas (acima de Jandiatuba), no Peru. Esses bons resultados destacam o trabalho contínuo e produtivo de nossos parceiros na Rede Ciência Cidadã para a Amazônia.

 

Aprenda sobre as famílias, gêneros e espécies mais populares e seus nomes comuns por país!

 

Anostomidae: Ruta (Bolívia); aracu, aracu cabeça-gorda, piau (Brasil); liso, cheo, guaracu (Colômbia); liso, tanla (Equador); liso (Peru).

Brachyplatystoma rousseauxii : dourado (Bolívia); ouro (Brasil); prata, ouro (Colômbia); prata (Equador); dourado, zúngaro dourado (Peru).

Brycon sp.: yatorana, mamuri, yaturana, matrinchán (Bolívia); matrinxã, jatuarana (Brasil); sábalo, sabaleta, zingo (Colômbia), sábalo, mahuaso, katupa ou handia (Equador) e sábalo (Peru).

Curimatidae: choro, guelra (Bolívia); branchinha (Brasil); choro, grito, guelra (Colômbia); sardinha (Equador); chío chío, yahuarachi, llambina (Peru).

Colossoma macropomum : Pacú, tambaqui (Bolívia), Tambaqui (Brasil), cachama preta, garoupa, gamitana (Colômbia), paco (Equador), gamitana (Peru).

Mylossoma sp: pacupeba (Bolívia), pacu-comum (Brasil) e palometa (Colômbia, Equador e Peru).

Piaractus brachypomus : Tambaqui, Pacu (Bolívia), Pirapitinga (Brasil), Paco, Cachama blanca (Colômbia), Cachama blanca (Equador), Paco (Peru).

Prochilodus nigricans : Tarpon (Bolívia); curimatã, curica ou papa-terra (Brasil); bocachico (Colômbia e Equador); challua (Equador) e boquichico (Peru).

Pseudoplatystoma sp.: Surubíes (Bolívia), Surubins (Brasil), Pintadillos (Colômbia), Pintadillos (Equador), Doncella (Peru).

Triportheus sp.: panete (Bolívia), sardinhas (Brasil), sardinhas (Colômbia e Peru) e pechón e sapamama (Equador).