Na região de Tefé,com calor e seca, temperatura da água chegou a mais de 39°C em lago
Informações desenvolvidas até o 13 de outubro de 2023 pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
Seca e altas temperaturas na Amazônia em outubro de 2023. Golfinho encontrado morto em Tefé. Foto: Miguel Monteiro/ Instituto Mamirauá
Pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), e outras organizações envolvidas estão correndo contra o tempo para sanar a emergência ambiental e sanitária no lago Tefé, no Médio Solimões, interior do Amazonas. Desde do dia 23 de setembro, foi identificado um evento incomum de mortalidade de botos ocorrido na região, com mais de 141 mortes já contabilizadas de botos-rosa e tucuxi. A seca e a temperatura da água que chegou a 39° graus no pico máximo no dia 28 de setembro, certamente, estão relacionadas com o ocorrido. Uma das grandes variações é a temperatura da água durante o período do dia, variando entre 29° a 37,5 graus. Somente no dia 28 de outubro, 70 botos foram encontrados sem vida e centenas de peixes mortos.
Dentre os resultados registrados, até o momento, estão: 143 botos mortos, sendo 120 botos vermelhos e 21 tucuxis. Desse total, tivemos 124 animais necropsiados. 17 indivíduos foram analisados e até o momento não há indício de um agente infeccioso relacionado como causa primária da mortalidade.
A Operação foi dividida em frentes:
O Setor Operação Vivos tem o objetivo de monitorar os grupos de botos e tucuxis ao longo do Lago Tefé. E no caso de algum indivíduo apresentar sinais de anormalidade, temos condições de resgatá-lo e encaminhá-lo ao Flutuante de Reabilitação.
A outra frente é o setor de operação Ambiental, composto por três frentes de monitoramento: Água, Peixes e Fitoplâncton. De todas as variáveis que temos analisados, a que tem demonstrado variação discrepante é a temperatura da água.
Os especialistas analisaram a água. A variável mais incomum foi a temperatura da água. Foto: Daiana Guedes / Instituto Mamirauá.
Especialistas do AquaViridi, que atuam com a consultoria ambiental, foram acionados para identificar a espécie de algas que foi vista na Enseadas do Papucu, no lago Tefé. Conseguimos identificar a espécie conhecida por “euglena sanguinea”.
Nessa corrida contra o tempo, já passaram mais de 100 voluntários de todo Brasil com as organizações, são eles: Aqua Virid, Aquale, Aquasis, Corpo de Bombeiros, Exército, Fiocruz, Grad, ICMBio, INPA, Marinha, Polícia Militar, R3 Animal, Sea Shepherd.
