Dados do Ictio até Setembro 2021

Dados do Ictio até Setembro 2021
novembro 3, 2021 Gabriela Merizalderubio

Escrito por: Vanessa Correa

Em 30 de setembro, Ictio reuniu 63 530 observações em 31 824 listas de peixes (eventos de pesca). Este é o resultado do trabalho de 335 pessoas e instituições participando ativamente e compartilhando dados no projeto Ciência Cidadã para a Amazônia. Esta informação foi gerada em 150 bacias da Amazônia que constituem 75% do total das 199 bacias de nível BL-4 – o quarto dos sete níveis hierárquicos de detalhe de bacia segundo Venticinque et al. 2016 e Um novo sistema de informação geográfica (SIG) sobre bacias e rios.

Os usuários fizeram o upload dos seus dados através do aplicativo Ictio e da plataforma web ictio.org. Destacamos especialmente a contribuição de cientistas cidadãos associados à Sociedade para Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente (Sapopema), os quais fizeram importantes aportes na região do Rio Tapajós e a região do Canal Principal do Amazonas Central.

O número de registros no aplicativo Ictio decolou, provavelmente devido às atividades desenvolvidas pelas organizações sociais, que estão pouco a pouco retornando ao trabalho de campo atendendo aos protocolos de prevenção do COVID-19. Observamos que o número de usuários está aumentando e usuários antigos estão se reconectando e desfrutando da versão atualizada do aplicativo Ictio 3.0.

Além disso, o número de fotos também aumentou e temos novidades relacionadas a sua publicação: As fotografias enviadas através do aplicativo estão disponíveis na nova versão da página Ictio.org, onde o acesso às fotos é livre. Ao usar o aplicativo, os usuários podem autorizar que seus nomes sejam associados às fotografias. E no caso dos usuários que não quiserem associar seus nomes com os dados e fotografias, estas aparecem como anônimas. Os usuários podem mudar esta configuração no menu principal do aplicativo, ir a Ajustes, e entrar na opção Nome Associado e seus Registros, onde poderão escolher se gostariam que o público veja seus nomes.

Até o último trimestre, foram compartilhadas no aplicativo Ictio e plataforma (Ictio.org) 63 530 observações acumuladas, o que equivale a um aumento de 10% em relação ao trimestre anterior (abril- junho 2021: 57 372 observações). As listas de peixes apresentaram um aumento de 20%, já que no último trimestre foram 31 824 e no anterior foram 26 458.
O número de listas compartilhadas com o aplicativo e a plataforma Ictio por sub-bacia BL4 se encontra na Figura 1. Nela se destacam a bacia do Rio Amazonas/ Solimões (entre Juruá e Negro) com 5 245 listas, seguida da bacia do Rio Madeira (acima do Jamari) com 4650 listas.

Conservando la Cuenca Amazónica Aguas Amazonicas

Figura 1. Em 30 de setembro, Ictio somou um total de 63 530 observações em 31 824 listas de peixes (eventos de pesca). Esta informação foi gerada em 150 bacias da Amazônia que constituem 75% do total das 199 bacias nível BL4, fruto do trabalho de 335 pessoas físicas e organizações.

Com o aplicativo Ictio foram registradas 782 listas, o que significa um aumento de 49% em relação ao semestre anterior (525 listas). A Figura 2 mostra o número de listas compartilhadas com o aplicativo Ictio em cada bacia BL4.

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Figura 2. Hasta el 30 de septiembre la aplicación Ictio reúne 11 277 observaciones en 6 090 listas de peces. Estos datos provienen de 68 cuencas BL4. La cuenca con mayor número de lista fue Amazonas (arriba de Jandiatuba), con 1513 listas de peces.

Entre julho e setembro de 2021, Prochilodus nigricans ( ver nomes comuns abaixo) se destacou mais uma vez como a espécie mais observada. Em uma classificação das 10 espécies com maiores observações ( Figura 3), P. nigricans é seguida de Triportheus sp e Brycon sp. O número de observações de P. nigricans neste trimestre segue a tendência de observações nos dados acumulados desde abril de 2018, mantendo-se assim como a espécie mais registrada desde o lançamento do aplicativo em 2018. A Figura 4 apresenta as porcentagens de listas que incluem registros de P. nigricans – sua ocorrência/presença nas cabeceiras e nos rios grandes é amplamente conhecida na Bacia Amazônica, e os registros do aplicativo e a plataforma (Ictio.org) assim demonstram.

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Figura 3. O número total de observações das dez espécies mais registradas na aplicação e plataforma (Ictio.org) no último trimestre foi de 623 observações, somando-se às observações de todas as espécies também no último trimestre o total foi de 1138 observações. Para nomes comuns, veja o glossário abaixo.

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Figura 4. Percentual de listas de aplicação e plataforma web com a presença de Prochilodus nigricans por sub-bacias de nível BL4.

Através do aplicativo Ictio, foram registradas 782 listas entre julho e setembro de 2021. A bacia de nível BL4 com o maior número de listas foi Amazonas, acima de Jandiatuba ( Figura 5), entre Peru, Brasil e Colômbia; seguida da área formada pelo canal principal do Rio Amazonas, entre o rio Negro e o rio Xingu, no Brasil.

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Figura 5. Classificação das 10 sub-bacias BL4 com as listas mais registradas no último trimestre.

Além disso, entre julho e setembro de 2021, o maior número de cientistas cidadãos usando o aplicativo Ictio estão na sub bacia BL4 Amazonas ( entre Negro e Xingu) onde Sapopema, MOPEBAM e Projetos Saúde e Alegria lideram a implementação de Ictio, seguidos dos cientistas da subbacia do Rio Tapajós, onde Sapopema, MOPEBAM e Projeto Saúde e Alegria estão articulando atividades coletivas com professores e estudantes; enquanto que o usuário mais ativo registrou 83 listas na bacia do Rio Beni (Acima de Madidi), na Bolívia. estes bons resultados, destacam o trabalho produtivo de nossos associados da Rede de Ciência Cidadã para a Amazônia.

Conheça os gêneros ou nomes científicos e nomes comuns em cada país!

  • Anostomidae: Ruta (Bolívia); aracu, aracu cabeça-gorda, piau (Brasil); lisa, cheo, guaracú (Colômbia); lisa, tanla (Equador); lisa (Peru).
  • Arapaima sp.: Paiche (Bolívia), pirarucu (Brasil), arapaima, paiche, pirarucu (Colômbia), paiche (Equador), paiche (Peru).
  • Brycon sp.: yatorana, mamuri, yaturana, matrinchán (Bolivia); matrinxã, jatuarana (Brasil); sábalo, sabaleta, zingo (Colômbia), sábalo, mahuaso, katupa o handia (Equador) e sábalo (Perú).
  • Colossoma macropomum: Pacú, tambaqui (Bolívia), Tambaqui (Brasil), cachama negra, cherna, gamitana (Colômbia), paco (Equador), gamitana (Peru).
  • Mylossoma sp: pacupeba (Bolívia), pacu-comum (Brasil), y palometa (Colômbia, Equador e Peru).
  • Piaractus brachypomus: Tambaqui, Pacu (Bolívia), Pirapitinga (Brasil), Paco, Cachama blanca (Colômbia), Cachama blanca (Equador), Paco (Peru).
  • Prochilodus nigricans: Sábalo (Bolívia); curimatã, curica o papa-terra (Brasil); bocachico (Colômbia e Equador); challua (Equador) e boquichico (Peru).
  • Pseudoplatystoma sp.: Surubíes (Bolívia), Surubins (Brasil), Pintadillos (Colômbia), Pintadillos (Equador), Doncella (Peru).
  • Triportheus sp.: panete (Bolívia), sardinhas (Brasil), sardinha (Colômbia e Peru), e pechón e sapamama (Equador).