Ictio completa cinco anos com 107.386 observações de 119 espécies/grupos de espécies de peixes compartilhadas por 693 cientistas cidadãos e organizações (Figura 1).
Figura 1 – Até 30 de junho de 2023, Ictio reúne um total de 107.386 observações de peixes em 61.829 listas (eventos de pesca). Estas informações foram geradas em 153 (77%) das 199 sub-bacias nível 4 da Amazônia, produto da contribuição de 693 pessoas e organizações.
Os registros em Ictio podem ser feitos pelo do aplicativo Ictio (link para download), onde foram registradas todas as novas observações do período de abril a junho de 2023 (incremento de 5% em número de observações) (Figura 2); e também por meio da página ictio.org, utilizada para o compartilhamento de bases de dados institucionais.
Figura 2 – Até 30 de junho de 2023, um total de 21.250 observações de peixes foram compartilhadas em 13.092 listas (eventos de pesca) por 680 usuários por meio do aplicativo Ictio.
As observações de peixes se dividem em 153 das 199 sub-bacias nível 4 (BL4) da Amazônia (ou seja, 77%) (saiba mais sobre a classificação de bacias utilizada por Ictio em Venticinque et al., 2016 – ‘Novo Sistema de Informações Geográficas (SIG) sobre rios e bacias para a conservação de ecossistemas aquáticos na Amazônia’). A sub-bacia ‘Madeira – acima Jamari’ permanece liderando o número de registros com 16.378 observações. Mas nesse trimestre (entre abril e junho de 2023), tivemos incrementos de destaque nas sub-bacias ‘Arinos’, na bacia do rio Tapajós, no estado do Mato Grosso, Brasil; ‘Morona’, na bacia do rio Marañón, entre Peru e Equador; e ‘Tambopata’, na bacia do rio Madeira, na região de Puerto Maldonado, Peru (Figura 3).
Figura 3 – Incremento (%) de observações totais registradas em Ictio, por bacias de nível BL4, compartilhadas com o aplicativo Ictio e ferramenta de upload (ictio.org) entre abril e junho de 2023.
A plataforma Ictio permite registrar diretamente 131 espécies/grupos de espécies, e mais a opção ‘Outros peixes’ (‘Fish sp’) para registrar peixes que ainda não estejam na base. Ao reportar espécies usando ‘Fish sp’ é importante informar a espécie pescada no campo de comentários, além de incluir uma fotografia, pois assim é possível documentar a demanda para inclusão de novas espécies que sejam de interesse dos cientistas cidadãos e eventualmente incluir estas espécies no futuro.
Das espécies/grupos de espécies registradas em Ictio, o jaraqui-escama-grossa (Semaprochilodus insignis) continua sendo a espécie mais registrada (8.564 observações), seguida por ‘Outros peixes’ (‘Fish sp’ – 7.412 observações) e o tambaqui (Colossoma macropomum) com 6.676 observações. No material adicional você pode ver mapas da ocorrência de duas espécies migratórias prioritários para conservação: dourada (Brachyplatystoma rousseauxii) e curimatã (Prochilodus nigricans); e um gráfico das 10 espécies mais pescadas.
UMA COMUNIDADE VIBRANTE
Em cinco anos, alcançamos 693 pessoas e organizações compartilhando observações de peixes na Amazônia. Entre abril e junho de 2023 houve um incremento de pouco mais de 3% no número de usuários da plataforma. O usuário do app com o maior número de registros até o momento realizou 815 observações na região de Putumayo-Içá (Colômbia).
Vinte e dois usuários utilizam a plataforma de upload na web para compartilhar bases de dados. Em sua maioria, são organizações associadas à da Aliança Águas Amazônicas que compartilham informações de seus monitoramentos e pesquisas. A ferramenta de upload agregou o maior volume de observações à plataforma Ictio. Pelo upload, organizações têm a oportunidade de compartilhar bases de dados recentes e mais antigas, permitindo uma visão temporal.
A CIÊNCIA CIDADÃ CONTRIBUINDO COM A CIÊNCIA ACADÊMICA
Recém publicada, a nota científica ‘Nuevos registros por cientificos ciudadanos de Acanthicus hystrix Agassiz, 1829 (Siluriformes: Loricariidae) en la Amazonia ecuatoriana’, de Fernando Anaguano (WCS Equador), e colaboradores, destaca a relevância da Ciência Cidadã para a conservação dos recursos pesqueiros na Amazônia. Com dados compartilhados pelo aplicativo Ictio, a nota traz o primeiro registro do bodó (Acanthicus hystrix) no Rio Napo (Equador), e ampliaram a distribuição conhecida dessa espécie na Amazônia equatoriana. Ainda puderam evidenciar que o bodó tem importância comercial para a região norte da Amazônia equatoriana e, em parceria com os pescadores, coletar e depositar pela primeira vez um indivíduo desta espécie em uma coleção científica equatoriana.
Parabéns a Fernando e seus colaboradores, e todos da comunidade Ictio ficamos muito orgulhosos dessa importante contribuição ao conhecimento dos peixes amazônicos! Abaixo, compartilhamos um dos registros fotográficos que fazem parte do trabalho e foram compartilhados na biblioteca de fotos por meio do aplicativo Ictio. Essa foto foi compartilhada por Jonathan Espinoza, da Asociación de Pescadores Artesanales Río Napo, e co-autor do trabalho (Figura 4 – ML514871211 Fish sp. Macaulay Library).
Figura 4 – Bodó (Acanthicus hystrix) pescado no rio Napo, Equador, registro que contribuiu para o aumento da distribuição conhecida dessa espécie na Amazônia equatoriana. Crédito: Jonathan Espinoza/Macaulay Library at the Cornell Lab (ML514871211)
As figuras apresentados nesta nota e outros produtos de interpretação de dados estão disponíveis no link abaixo.
GLOSSÁRIO
Listas: Listas de peixes capturados em um evento de pesca.
Bacias BL4: O nível de bacia 4 é a escala que delimita todas as sub-bacias tributárias entre 10.000 km² e 100.000 km².
Observações: Registros de espécies/grupos de espécies de peixes capturados na Bacia Amazônica.
Usuários: Usuários – cidadãos amazônicos que utilizam o aplicativo ou a plataforma ICTIO; é composto principalmente por povos locais e indígenas, pescadores, grupos de gestão, associações de pescadores e cientistas.
Esta nota foi possível graças ao apoio da Fundação Gordon e Betty Moore. E a partir do ano fiscal de 2022 ela é apoiada pelo povo dos Estados Unidos através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). O conteúdo é de responsabilidade da Wildlife Conservation Society, não necessariamente reflete a visão da Fundação Moore, da USAID ou do Governo dos Estados Unidos.
