“Nosso trabalho é diverso, porém conectado, como as águas da Amazônia, e nós devemos manter a integridade dessa rede de água doce ampla, dinâmica e interligada, que por sua vez garante o bem estar da vida silvestre e da vida humana. Não há como exagerar a importância da Amazônia” Presidente e CEO da WCS Cristián Samper
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Lima, Peru (15/06/2016) – Mais de doze instituições assinaram a histórica Declaração Conjunta para as Águas da Amazônia hoje na Conferência Internacional de Águas Amazônicas em Lima, estabelecendo um compromisso inédito de colaboração nos esforços para promover a integridade da Bacia Amazônica, lar da maior floresta tropical contínua e do maior ecossistema de água doce do mundo.
A declaração, com 7 objetivos, foi assinada por cientistas, conservacionistas, oficiais de governo, acadêmicos e especialistas em desenvolvimento que participaram da conferência. Alguns dos signatários incluem: o Ministério de Meio Ambiente do Peru, a Secretaria de Meio Ambiente do estado do Amazonas no Brasil, a Direção de Produção da Região de Loreto, a autoridade pesqueira no Peru; a Wildlife Conservation Society, entre outros. Um ponto chave da declaração é a garantia da meta de trabalhar na direção de acordos internacionais, onde os interesses de todos e a soberania de cada país sejam respeitados, e a integridade do sistema ambiental seja preservada, em particular na Bacia Amazônica.
A Associação Conservação da Vida Silvestre organizou a conferência com o objetivo de reunir especialistas para discutir temas importantes relativos à preservação e ao desenvolvimento sustentável da Bacia Amazônica.
Os objetivos da declaração incluem: ampliar a estratégia de gerenciamento do ecossistema integrado da bacia hidrográfica; promover agendas de pesquisa interdisciplinares e interculturais; fortalecer o gerenciamento da pesca em escalas adequadas; garantir o gerenciamento apropriado das zonas úmidas da Bacia Amazônica; compreender melhor os possíveis impactos ambientais de investimentos de desenvolvimento nos ecossistemas terrestres e aquáticos da Bacia Amazônica; formar uma rede informada, comprometida e empoderada para a conservação da Bacia Amazônica; e cooperar com boa fé e espírito de solidariedade na implementação e desenvolvimento dos objetivos.
A Bacia Amazônica se estende de oeste a leste por quase toda a extensão do norte da América do Sul. A bacia atravessa sete países: Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela e Guiana. O rio Amazonas, o eixo vital da bacia, é o maior rio do mundo, alcançando 7.020 quilômetros de comprimento, e é onde ocorre a mais longa migração de peixe de água doce do mundo: de mais de 4.000 km. A Amazônia abriga 30 milhões de pessoas, das quais 1,4 milhões são indígenas.
Cristián Samper, Presidente e CEO da Wildlife Conservation Society, falou para os demais participantes da conferência: “Precisamos nos unir e colaborar para garantir a proteção e a integridade da Bacia Amazônica. Nosso trabalho é diverso, porém conectado, como as águas da Amazônia, e nós devemos manter a integridade dessa rede de água doce ampla, dinâmica e interligada, que por sua vez garante o bem estar da vida silvestre e da vida humana. Não há como exagerar a importância da Amazônia”.
“A Iniciativa Águas da Amazônia busca criar uma oportunidade para o diálogo, para a colaboração e para parcerias. Um grupo de instituições parceiras já deu um passo importante ao concordar em assinar a Declaração Conjunta pelas Águas da Amazônia. Eles foram os primeiros a formalizar, esta noite, seu compromisso com a visão da AWI, abrindo caminho para todos nós. Esperamos que muitos outros se juntem a nós e as portas estarão abertas para indivíduos e instituições interessadas.”
A declaração enfatiza que a Bacia Amazônica contribui de modo significativo para a biodiversidade, para a regulação climática e para o equilíbrio hídrico do planeta. Também enfatiza “que a participação cidadã ativa e informada, em particular dos povos indígenas e comunidades locais, está cada vez mais fortalecida e é crucial na manutenção, a longo prazo, dos resultados positivos das iniciativas de conservação e de desenvolvimento sustentável, respeitando-se os direitos humanos e de cidadania dos grupos indígenas e outros habitantes dos países amazônicos.”
A declaração expõe as maiores ameaças à Bacia Amazônica, como a perda de habitat; a poluição por mercúrio e outros metais pesados e pesticidas; a exploração excessiva de recursos naturais; e a introdução de espécies exóticas. Observa ainda que todas essas ameaças “trazem sérias consequências para os grupos indígenas, para a vida silvestre e populações locais que dela dependem, bem como para o mundo todo.” A declaração também reconhece que a mudança climática deverá exacerbar os impactos de investimentos mal planejados e do desmatamento.
A conferência e a Iniciativa Águas da Amazônia foram realizadas graças ao apoio da USAID, da Fundação Gordon e Betty Moore, da Fundação John D. and Catherine T. MacArthur, da Parceria da Ciência pela Natureza e pelo Povo (SNAPP) e da Fundação da Corporação Mitsubishi para as Américas.
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